Há
vinte e cinco anos na advocacia contenciosa e preventiva. Mesmo tempo nas salas
de aula.
As
semanas passavam rápidas, os prazos pareciam diminuir o tempo que
necessitávamos para os pareceres e peças processuais, tudo entremeado com
reuniões com clientes e idas aos fóruns da cidade para audiências ou consultar
os processos: todos os dias! A famosa, e antiga, “barriga no balcão do
cartório”. Muitas histórias...
Desde
lá, e por uma razão ligada ao nosso perfil profissional, trabalhávamos cada
texto individualmente – apesar de alguns casos serem parecidos em relação aos
pedidos –, burilando o texto, buscando em nós mesmos e na doutrina ideias
relevantes numa abordagem hermenêutica para, na sequência, pesquisar uma
jurisprudência que nos satisfizesse: aquelas decisões que analisam o pedido e
sua contraposição.
Buscávamos
dialeticidade a partir de decisões bem fundamentadas. Assim criamos uma cultura
própria de análise. Machado de Assis, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa,
Graciliano Ramos, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Elias Canetti,
Camus, Saramago, e tantos outros nos alimentavam as reflexões.
Quantas
vezes frases como “Se se prolonga por algum tempo, esse processo pode ser
encarado como uma espécie de acorrentamento”; ou “Suporta-se com
paciência a cólica dos outros”, nos serviram de guia. Canetti na primeira e
Machado de Assis na segunda eram testemunhas inteligentes de que uma demora se
torna um castigo para aquele que espera um provimento jurisdicional.
Fomos ao “Aurélio”, o primeiro à mão na
estante de livros e descobrimos na página 222 o conceito: “1. Oficina onde trabalham
em comum certos artesão e operários: ateliê de costura. 2. Local de trabalho de
pintor; escultor; fotógrafo; etc.; estúdio...
É isso! Somos, criamos, trabalhamos num ateliê
“jurídico”, completamos quase juntos.
Naquele
momento nasceu a ideia do nome, que gestamos por longos anos, e que agora –
depois de uma prática relevante tanto na advocacia quanto na academia –
trouxemos ao nosso site fsaproadvocacia.com.
Para
nós, não é só uma ideia. É postura de vida. É amor ao trabalho; é entrega e
intervenção na luta pela democracia.
Bernardina
Furtado e Paulo Abrão